LITERATURA
Alunas: Andreza T. de Albuquerque n°02
Mayara F. de Alcântara Lima n°16
VIDEO-AULA sobre Geração de 22
PRIMEIRA GERAÇÃO MODERNISTA
“A Primeira Fase do Modernismo foi
caracterizada pela tentativa de definir e marcar posições, sendo ela rica em
manifestos e revistas de circulação efêmera. Foi o período mais radical do
movimento modernista, justamente em consequência da necessidade de romper com
todas as estruturas do passado. Daí o caráter anárquico dessa primeira fase
modernista e seu forte sentido destruidor, assim definido por Mário de Andrade:”...
Alastrou-se pelo Brasil o espírito destruidor do movimento modernista.
Havia a busca pelo moderno, original e
polêmico, com o nacionalismo em suas múltiplas facetas. A volta das origens,
através da valorização do indígena e a língua falada pelo povo, também foram
abordados. Contudo, o nacionalismo foi empregado de duas formas distintas: a
crítica, alinhado a esquerda política através da denúncia da realidade, e a
ufanista, exagerado e de extrema direita. Devido à necessidade de definições e
de rompimento com todas as estruturas do passado foi a fase mais radical,
assumindo um caráter anárquico e destruidor. Um mês depois da Semana de Arte
Moderna, o Brasil vivia dois momentos de grande importância política: as
eleições presidenciais e o congresso de fundação do Partido Comunista em Niterói.
Em 1926, surge o Partido Democrático, sendo Mário de
Andrade um de seus fundadores. A Ação
Integralista Brasileira, movimento nacionalista radical, também vai ser
fundada, em 1932, por Plínio
Salgado.
Macunaíma
Iniciado pelo polêmico manifesto de
Oswald, conta com Antônio de
Alcântara Machado, Mário de Andrade (com a publicação de um capítulo de Macunaíma em seu 2º número), Carlos Drummond (3º
número publicou a poesia No
meio do caminho); além de desenhos de Tarsila, artigos em favor da língua
tupi de Plínio Salgado e poesias de Guilherme de Almeida.
Publicado em 1928, numa tiragem de
apenas oitocentos exemplares (Mário de Andrade não conseguira editor),
Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, é uma das obras pilares da cultura
brasileira.
Numa narrativa fantástica e picaresca, ou, melhor dizendo, “malandra”,
herdeira direta das Memórias de um Sargento de Milícias (1852) de Manuel
Antônio de Almeida, Mário de Andrade reelabora literariamente temas de
mitologia indígena e visões folclóricas da Amazônia e do resto do país,
fundando uma nova linguagem literária, saborosamente brasileira.
Macunaíma - bem como Memórias Sentimentais de João Miramar (1924) e
Serafim Ponte Grande (1933), de Oswald de Andrade - foram obras revolucionárias
na medida em que desafiaram o sistema cultural vigente, propondo, através de
uma nova organização da linguagem literária, o lançamento de outras informações
culturais, diferentes em tudo das posições mantidas por uma sociedade dominada
até então pelo reacionarismo e o atraso cultural generalizado.
Nacionalista crítico, sem xenofobia, Macunaíma é a obra que melhor
concretiza as propostas do movimento da Antropofagia (1928), criado por Oswald
de Andrade, que buscava uma relação de igualdade real da cultura brasileira com
as demais. Não a rejeição pura e simples do que vem de fora, mas consumir
aquilo que há de bom na arte estrangeira. Não evitá-la, mas, como um
antropófago, comer o que mereça ser comido.
O tom bem humorado e a inventividade narrativa e linguística fazem de
Macunaíma uma das obras modernistas brasileiras mais afinadas com a literatura
de vanguarda no mundo, na sua época. Nesse romance encontram-se dadaísmo,
futurismo, expressionismo e surrealismo aplicados a um vasto conhecimento das
raízes da cultura brasileira.
EXERÍCIOS
Primeira Geração Modernista
01. (PUCCAMP) Assinale a
alternativa em que se encontram preocupações estéticas da Primeira Geração
Modernista:
a) “Não entrem no verso culto o calão e solecismo, a sintaxe truncada, o metro
cambaio, a indigência das imagens e do vocabulário do pensar e do dizer.”
b) “Vestir a Idéia de uma forma sensível que, entretanto, não terá seu fim em
si mesma, mas que, servindo para exprimir a Idéia, dela se tornaria submissa.”
c) “Minhas reivindicações? Liberdade. Uso dela; não abuso.” “E não quero
discípulos. Em arte: escola = imbecilidade de muitos para vaidade dum só.”
d) “Na exaustão causada pelo sentimentalismo, a alma ainda tremula e ressoante
da febre do sangue, a alma que ama e canta porque sua vida é amor e canto, o
que pode senão fazer o poema dos amores da vida real?”
e) “O poeta deve ter duas qualidades: engenho e juízo; aquele, subordinado à
imaginação, este, seu guia, muito mais importante, decorrente da reflexão. Daí
não haver beleza sem obediência à razão, que aponta o objetivo da arte: a
verdade.”
02. (PUCCAMP)
O alpinista
de alpenstock
desceu
nos Alpes
O texto acima, capítulo do romance Memória Sentimentais de João Miramar,
exemplifica uma tendência do autor de:
a) Procurar as barreiras entre poesia e prosa, utilizando estilo alusivo e
elíptico.
b) Explorar o poema em forma de prosa, satirizando as manifestações literárias
do Pré-modernismo.
c) Buscar uma interpretação lírica de seu país, explorando a forca sugestiva
das palavras.
d) Utilizar o poema-piada, para satirizar tudo o que não fosse nacional.
e) Procurar “ser regional e puro em sua época”, negando influencias das
vanguardas européias.
03. (MACKENZIE) “Chamado de rapsódia por Mário de Andrade, o
livro é construído a partir de uma série de lendas a que se misturam
superstições, provérbios e anedotas. O tempo e o espaço não obedecem a regras
de verossimilhança, e o fantástico se confunde com o real durante toda a
narrativa.”
A afirmação faz referência à obra:
a) O rei da vela.
b) Calunga.
c) Macunaíma.
d) Memórias sentimentais de João Miramar.
e) Martim Cererê.
04. (PUC-MG) Leia o texto atentamente.
Na feira-livre do arrebaldezinho
um homem loquaz apregoa balõezinhos de cor:
- “O melhor divertimento para as crianças!”
Em redor dele há um ajuntamento de menininhos pobres...
Não é característica presente na estrofe acima:
a) Valorização de fatos e elementos do cotidiano.
b) Utilização do verso livre.
c) Linguagem despreocupada, sem palavras raras.
d) Preocupação social.
e) Metalinguagem.
05. (UFC) Macunaíma – obra-prima de Mário de Andrade – é um dos livros que melhor
representam a produção literária brasileira do presente século. Sua principal
característica é:
a) traçar, como no Romantismo, o perfil do índio brasileiro como protótipo
das virtudes nacionais.
b) Ser um livro em que se encontram representados os princípios que orientam o
movimento modernista de 22, dentre os quais o fundamental é a aproximação da
literatura à música.
c) Analisar, de modo sistemático, as inúmeras variações sociais e regionais da
língua portuguesa no Brasil, destacando em especial o tupi-guarani.
d) Ser um texto em que o autor subverter, na linguagem literária os padrões
vigentes, ao fazer conviver, sem respeitar limites geográficos, formas
lingüísticas oriundas das mais diversas partes do Brasil.
e) Exaltar, de forma especial, a cultura popular regional, particularmente a
representativa do Norte e Nordeste brasileiro.
06. (UFC) Macunaíma é um “herói sem nenhum caráter”, porque:
a) Vive sonhando com riqueza fácil e, para obtê-la, lança mão de qualquer
recurso.
b) Não é um ser confiável.
c) Ainda não encontrou sua própria definição, sua identidade.
d) Não tem firmeza de personalidade, nem segurança em suas decisões.
e) n.d.a.
07. (UFC) Macunaíma é uma obra plural, composta, na medida em
que:
a) Obedece às características circulares e fechadas do romance psicológico.
b) Como toda obra tradicional, observa a linearidade da narrativa onde cada
personagem age em separado.
c) Aproxima técnicas românticas das modernas na estruturação do romance como um
todo.
d) No corpo da narrativa, dá um tratamento único para cada personagem
apresentada.
e) Tal como numa rapsódia, trata de vários temas ao mesmo tempo,
entrelaçando-os numa rede múltipla de cores e sons os mais diversos.
08. (UFC) A respeito do livro Macunaíma, é correto afirmar que:
a) A história se passa predominantemente na capital paulista, daí porque o
livro pode ser considerado uma crônica do cotidiano paulistano.
b) O episódio de base da narrativa consiste na perda e reconquista da
muiraquitã.
c) O livro é uma sátira ao Brasil através da reconstituição fiel de fatos
históricos retidos na memória do autor.
d) A obra faz uma leitura do Brasil sob a ótica do colonizador.
e) O processo de criação do livro não mantém nenhum vinculo com qualquer obra
anteriormente escrita.
09. (FUVEST) Indique a alternativa em que a proximidade
estabelecida está correta:
a) A terra paradisíaca, em Gonçalves Dias, é projeção nacionalista; a
Pasárgada, de Manuel Bandeira, é anseio intimista.
b) O lirismo de Gregório de Matos é conflitivo e confessional; o de Cláudio
Manuel da Costa é sereno e
impessoal.
c) A ficção regionalista, imatura no século XIX, ganho força ao abraçar as
teses do determinismo cientifico, no século XX.
d) José de Alencar buscou expressar nossa diversidade cultural-projeto que só a
obra de Machado de Assis viria a realizar.
e) A figura do malandro, positiva em Manuel Antonio de Almeida, é alvo de Mário
de Andrade em sua sátira Macunaíma.
10. (UNIJUÍ) A afirmação dos elementos locais, do Brasil, estão
presentes em Macunaíma, de Mário de Andrade.
Sobre o livro é incorreto afirmar que:
a) Macunaíma é um “anti-herói”, com características como o individualismo e a
malandragem.
b) O livro aproveita as tradições míticas dos índios; seus irmãos são Maanape e
Jiguê.
c) Aproveita também ditados populares, obscenidades, frases feitas, com fatores
traços de oralidades;
d) O livro foi chamado de rapsódia e é uma obra central do movimento
modernista.
e) O livro não satiriza certos padrões de escrita acadêmica e não trabalha
elementos de um “caráter” brasileiro.
Resolução:
01. C
|
02. A
|
03. C
|
04. E
|
05. D
|
06. C
|
07. E
|
08. B
|
09. A
|
10. E
|




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